E o Flamengo além de um traficante tem agora um Matador: =/

O desaparecimento de Eliza Samudio, 25, é o capítulo mais recente - e o mais trágico - de uma história que nunca teve nada de romance. A polícia de Minas Gerais, que junto com policiais do Rio tenta descobrir o paradeiro da jovem desde a quinta-feira da semana passada, acredita que a explicação sobre o sumiço passa pelo goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, com quem ela teve um caso em maio do ano passado. Contudo, a única certeza que se tem até agora é que o caso é cheio de contradições.
Amigos de Eliza disseram à polícia que a jovem estava em Minas Gerais porque foi convidada por Bruno a permanecer mais perto da família do jogador. Mas circula também a informação de que o jogador vinha adiando o teste de DNA. A família de Bruno acabou envolvida no caso: a mulher atual do goleiro, Dayanne Souza, foi presa na noite de sexta-feira quando prestava depoimento na Delegacia de Homicídios de Contagem. Bruninho, filho de Eliza, foi encontrado no apartamento de uma amiga de Dayanne, que acabou autuada por “subtração de incapaz” e liberada na manhã de sábado.
A delegada que investiga o caso, Alessandra Wilke, disse que, em depoimento, Dayanne contou ter recebido de Bruno o pedido para cuidar de Bruninho porque Eliza teria abandonado a criança. Depois de tomar o depoimento de funcionários do sítio de Bruno, a polícia descobriu que o bebê, de apenas quatro meses, foi deixado no local por um amigo do jogador conhecido como Macarrão. “Macarrão avisou que a polícia iria ao sítio e para retirarem a criança de lá”, afirmou Alessandra.
Esta é a segunda vez que o amigo do jogador aparece nas histórias desencontradas que envolvem Bruno e Eliza. A primeira delas foi em outubro do ano passado, quando Eliza procurou a polícia para denunciar ameaças e seqüestro praticados pelo jogador. Em uma entrevista gravada em vídeo pelo jornal ‘Extra’, Eliza conta que foi procurada por Bruno durante a madrugada. Ele insistia para conversar e ela, depois de resistir, aceitou entrar no carro - um Porsche Cayenne, segundo ela. Logo que entrou no carro, três amigos do jogador chegaram ao veículo. Eliza dá nomes: “Macarrão, Russo e ‘um negão’”. Russo, segundo ela, tinha uma arma, usada pelo jogador para ameaçá-la.
Eliza afirmou que Bruno e seus três amigos queriam que ela abortasse tomando Citotec - um medicamento de efeito abortivo usado clandestinamente. Depois de afirmar que o medicamento não teria mais efeito depois do quarto mês de gravidez, o goleiro teria combinado com ela que, ainda naquela semana, os dois iriam a uma clínica de aborto. Ela aceitou e, no dia seguinte, procurou a polícia. Eliza reproduziu, no vídeo, frases que atribui a Bruno: “Ele disse: ‘se eu te matar e jogar em algum lugar, nunca vão encontrar’”.
Investigações - Nesta segunda-feira, policiais estiveram no sítio do jogador, em Contagem (MG), em busca de pistas da jovem, desaparecida há três semanas. Eliza tentava provar na Justiça que o atleta é o pai de seu filho Bruninho, de quatro meses. As buscas se estenderam até a noite, com recolhimento de materiais - entre eles fraldas usadas por recém-nascido -, revista nos cômodos e procura por pistas em áreas de mata. Uma denúncia anônima que chegou à polícia informava que Eliza teria sido espancada e assassinada no sítio.
De acordo com o chefe do departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais, Edson Moreira, foram encontradas também passagens aéreas que podem ter sido usadas por Eliza. “Aguardamos o momento certo para chamar o Bruno para prestar depoimento. Por enquanto, o caso é um desaparecimento”, afirmou Moreira.
Depois de vasculhar endereços no Rio e na região metropolitana de Belo Horizonte, a polícia chegou, na segunda-feira, a uma pista: a última ligação feita do celular de Eliza foi feita no dia 9, das proximidades do município de Betim.
Pai de Eliza, o empresário Luís Carlos Samudio voltará hoje a Belo Horizonte, sem esperanças de encontrar a filha com vida. “Não há mais esta chance”, disse Samudio, em entrevista a VEJA.com. Na tarde de segunda-feira, depois de levar o neto para Foz do Iguaçu, no Paraná, ele afirmou que as investigações da polícia mineira avançaram de forma “satisfatória”, e que uma testemunha-chave do caso seria ouvida na mesma noite.O jogador está afastado dos treinos com o time do Flamengo até que o caso seja resolvido. Na manhã de segunda, enquanto policiais se preparavam para revistar seu sítio, Bruno disse estar coma consciência tranquila e que um dia ainda vai “rir de toda a história”. Tranquilidade é, certamente, algo em falta no Flamengo. Em uma entrevista coletiva na manhã de ontem, a presidente do clube, Patrícia Amorim, afirmou: “O Flamengo entende que não tem competência para julgar qualquer situação, e tão logo aconteça esse julgamento da Justiça, o Flamengo tomará, com tranquilidade, as medidas cabíveis. Só podemos dizer que ele fica afastado do grupo que vai para Itu, e permanece treinando no Ninho do Urubu”.

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